Uma empresa tradicional clássica a caminho da produção industrial: A Karl Walter Formen- und Kokillenbau está a reestruturar-se. Proprietários e consultores explicam como a conversão funciona e porque utilizam também "ferramentas simples".
Karl Walter Formen- und Kokillenbau GmbH & Co. KG
Göppingen, Alemanha
Estabelecimento de uma solução de processo consistente
Fabrico de máquinas
2018
Entrevista com parceiros Jens Buchert, Diretor
Não queríamos apenas um software CAM, mas uma solução consistente. Para nós, a Tebis é um fornecedor de processos. Que eu tenha conhecimento, é o único fornecedor do setor do qual podemos obter consultoria, software e implementação.
Também nos tornámos muito melhores em termos de programação. Hoje somos capazes de gerar tempos de operação de até 30 horas seguidas
Dr. Jens Buchert, proprietário e diretor da Karl Walter Formen- und Kokillenbau GmbH & Co. KG em Göppingen, movimenta follhas de papel sobre um grande projeto. No desenho pode ver-se a unidade de produção de 3000 metros quadrados, cada máquina é um pedaço de papel. O layout da sala é ajustado aqui. Espere – não íamos falar sobre a empresa do futuro? É realmente 4.0? Ainda não, mas mesmo assim a imagem está certa. Visto que descreve bem como a Walter Formenbau procede – e em que processo de mudança se encontra. São necessários muitos passos pequenos até ao objetivo, pois ninguém se propõe a fazer menos que o todo. Jens Buchert e Jens Lüdtke da Tebis Consulting levaram o conselho editorial da revista Form+Werkzeug para uma visita à empresa – e apresentaram a sua visão da produção de ferramentas do futuro.
A Walter Formenbau foi fundada em 1960 e hoje emprega 40 funcionários. A empresa é um dos principais fabricantes de moldes para jantes de alumínio e peças fundidas para a indústria automóvel. Na unidade de produção de 3000 metros quadrados funcionam diversas fresas e tornos, incluindo centros de maquinação de 3 e 5 eixos da Röders, Hermle e DMG Mori. Ao longo de 56 anos, a Walter foi uma empresa familiar, antes de Buchert assumir a gestão da empresa em novembro de 2016.
O engenheiro de máquinas com doutoramento atuou anteriormente em diversas empresas, incluindo fabricantes de automóveis, empresas de software, fabricantes de protótipos e uma consultora de gestão. O seu interesse esteve sempre na otimização da produção e na Indústria 4.0.
Como é que ele acabou por comprar um fabricante de ferramentas? "Quero ser eu próprio a moldar o meu futuro. Não apenas implementar coisas decididas por outros. E eu vi a oportunidade de mudar as coisas na Walter Formenbau, com as quais tenho trabalhado há tanto tempo". O que levou à decisão pela Walter Formenbau:
Mesmo antes de Buchert entrar na empresa, ele contactou um velho conhecido: Jens Lüdtke, da Tebis AG. Para além de terem trabalhado juntos na Tebis, eles partilham uma visão comum de produção de ferramentas do futuro. Como chefe do departamento Tebis Consulting, Lüdtke tem 20 anos de experiência na indústria. Para além de conhecimentos técnicos em gestão e produção, possui elevados conhecimentos de processos na produção de matrizes, moldes e modelos.
Buchert discutiu com ele se a sua visão poderia ser implementada na Walter Formenbau. E rapidamente ficou claro: sim, até mesmo Lüdtke viu o grande potencial. E novamente, sim: se Buchert assumisse a empresa, Lüdtke iria ajudá-lo com consultoria e assistência. Porque é que Buchert escolheu a Tebis Consulting? "No decurso da minha carreira conheci muitos consultores de grande dimensão", diz Buchert. "Essas pessoas são perfeitas em administração de empresas. Eles sabem imediatamente o que acontece com a taxa horária quando duplicamos o tempo de funcionamento do spindle. Só que eles não me conseguem dizer como duplicar o tempo de funcionamento do spindle. E é exatamente aí que a Tebis se demarca com o seu conhecimento do setor".
Como especialista do setor, Lüdtke assume várias tarefas:
"Nesta empresa temos uma grande oportunidade de criar algo que não existia até agora", diz Lüdtke. Os consultores já otimizaram partes do processo de produção em diversas empresas, mas a dimensão global da Walter e as consequentes possibilidades de criação inspiram os especialistas da Tebis. Ao mesmo tempo, os consultores enfrentaram um grande desafio: todo o investimento tem de ser suportado pelos próprios recursos da empresa. Lüdtke: "É por isso que começámos pelas fases onde é possível ganhar dinheiro: na fresa".
Pode parecer que um programa tão ambicioso requer um grande orçamento de consultoria. "Uma grande parte das empresas que aconselhamos tem entre 20 e 100 funcionários", explica Lüdtke. "São todas empresas que não possuem grandes orçamentos para consultoria. Quando desenvolvemos planos, fazemo-lo para que seja compatível com a empresa. Desenvolvemos uma abordagem que nos permite envolver-nos profundamente nos processos de trabalho das empresas num curto espaço de tempo".
Tebis Consulting preparou oito milestones para a Walter Formenbau: em cada processo estão definidos com precisão o plano temporal, as responsabilidades e as tarefas individuais.
A consultadoria começou com um grande gráfico: a equipa de Lüdtke e Buchert reuniu todos os aspetos necessários para a produção de ferramentas no futuro. O que desejamos atingir? Onde queremos estar daqui a cinco anos? Quais as investimentos existem? Que medidas são prioritárias?
Quantos e quais os colaboradores que são necessário? E a pergunta mais importante: Como podemos manter a nossa atividade diária a funcionar e ganhar dinheiro para que possamos suportar o investimento? Da apresentação por alto ao planeamento pormenorizado.
Foi preparado um plano com oito grandes objetivos (ver na página seguinte). Além disso, foram definidos objetivos de rentabilidade, investimento e tempos de funcionamento das máquinas. O trabalho da Tebis começou com a análise à situação real. Durante dois dias, os especialistas de processos encontram-se na empresa e documentam os fluxos de trabalho e os processos. "Não realizamos quaisquer entrevistas individuais, procuramos sim reunir um grupo, p. ex., de programadores selecionados. Dessa forma, não obtemos uma opinião subjetiva de um indivíduo, mas sim uma visão geral da respetiva área de trabalho".
Depois de analisar e definir os primeiros objetivos, o novo proprietário da empresa meteu mãos à obra: na unidade de produção, foram derrubadas paredes, as máquinas antigas deram lugar às novas, os arquivos e móveis antigos foram eliminados – um processo de conversão que nem sempre é fácil para os colaboradores. "Desde o início tenho comunicado muito com os colaboradores", afirma Buchert. "Temos reuniões de pessoal, aproximadamente, a cada seis semanas. Além disso, todas as manhãs dou a volta pela empresa e cumprimento todos, sem exceção. Dessa forma, todos têm a oportunidade de se manifestar. Mas também temos um psicólogo externo que fala com os colaboradores".
Buchert introduziu também melhores condições de trabalho: estas incluem, por exemplo, carros de serviço ou E-bikes de serviço, melhor material de trabalho e horários de trabalho mais flexíveis. Também na produção se investiu no conforto dos colaboradores, tais como nova iluminação ou novos auxiliares de elevação mais ergonómicos. "Ganhámos novos colaboradores e perdemos outros", diz o proprietário da empresa. "Apesar de termos sempre tentado envolver os colaboradores. No verão passado fizemos cinco churrascos: para festejar a aquisição de máquinas novas, um novo projeto em execução ou, simplesmente, para mostrar que estamos a progredir".
O que se alterou no último ano na empresa? O que já é visível dos planos do futuro? Façamos um balanço: primeiro a unidade de produção foi remodelada. "Antes existiam paredes divisórias entre cada área de trabalho e caminhos sinuosos, algum isolamento", conta Buchert. "Eliminámos paredes, reposicionámos parte das máquinas e organizámos tudo de forma a obter mais espaço amplo". O escritório CAM foi colocado no meio da unidade. Anteriormente a programação era feita diretamente na máquina com base em desenhos. Para a programação 2,5D e 3D são hoje utilizadas as soluções de software Tebis – para as máquinas vão programas completos executáveis e seguros em termos de processo. Buchert explica a mudança para o software Tebis: "Não queríamos apenas um software CAM, mas uma solução integral. Para nós, a Tebis é um fornecedor de processos. Que eu tenha conhecimento, é o único fornecedor do setor do qual podemos obter consultoria, software e implementação ". Outro marco na produção é a standardização das ferramentas. "No passado, o operador da máquina, tinha de reunir as ferramentas de que precisava", diz Buchert. "Havia componentes onde eram utilizadas até 16 ferramentas diferentes". Hoje, normalmente, são suficientes oito ferramentas. As ferramentas de fresagem que vão ser utilizadas são definidas previamente. "Também nos tornámos muito melhores em termos de programação", diz o diretor. "Hoje somos capazes de gerar tempos de operação de até 30 horas seguidas".
E como se faz o planeamento e o controlo? Jens Lüdtke explica a utilização de "ferramentas simples": "Muitas pessoas com um problema de planeamento cometem um grande erro. Compram um sistema de planeamento e pensam que o problema desaparece. Mas as coisas não funcionam assim. Primeiro, é preciso integrar a necessidade de planeamento na empresa. Se o planeamento não funcionar com os meios mais simples, também não funciona com um software". Ou seja: começa-se sempre por uma tabela de Excel. Primeiro, os colaboradores têm de ser envolvidos, o planeamento tem de ser enraizado nas mentes – e isso passo a passo.
É neste ponto que se encontra a Walter Formenbau. Existem fichas de acompanhamento para cada peça que passa pela produção. Junto a cada máquina existe um quadro branco, no qual estão listados os pedidos atuais, escritos à mão. Paralelamente, começa-se a introduzir um registo de dados das máquinas. Uma pequena peça do puzzle no grande sistema de gestão da produção Proleis, que é instalado peça a peça, oferecendo a base para a ligação em rede das máquinas. Para o controlo visual da qualidade foi executado um projeto piloto de realidade aumentada: Num tablet é apresentada a imagem de uma peça real – sobreposta com os dados CAD. Dessa forma, o utilizador pode, por exemplo, efetuar uma comparação nominal/real do contorno na peça fixada na máquina.
A empresa pode estar orgulhosa pela sua situação económica: Apesar dos elevados investimentos, Buchert conseguiu gerar lucro e aumentar a faturação anual para 5,2 milhões de euros. "Criámos um plano de investimento de alto rendimento", explica Buchert. Nos próximos cinco anos será investido a cada ano mais de um milhão de euros, em equipamento, máquinas e software. "E seja o que for o que fizermos, tem de ser acessível para a empresa. Pois, apesar de tudo, temos de ganhar dinheiro durante o processo".
A empresa recebe um pequeno apoio financeiro do Estado de Baden-Württemberg. O pedido foi apresentado por Jens Lüdtke, que conhece bem as oportunidades de financiamento em Baden-Württemberg: "Isto é definitivamente algo que vale a pena. Dependendo do projeto, as empresas podem receber por ano até 40 000 euros em financiamento estatal".
Para terminar, atrevemo-nos a olhar até mais à frente: como será a Walter Formenbau no futuro? Aqui, a equipa Buchert e Lüdtke compartilham uma ideia clara: numa unidade de produção com boa iluminação e chão branco, encontram-se colaboradores motivados (que não são supérfluos), e orgulhosos por trabalharem na produção de ferramentas do futuro. Uma área de produção em que tudo está limpo e ordenado, que funciona de forma automatizada e padronizada. Os sistemas de software estão interligados e garantem transparência no planeamento e na produção. Está-se também sempre em posição de intervir rapidamente no processo e responder com flexibilidade aos requisitos de curto prazo. "Considero que o mais importante são processos funcionais e colaboradores motivados", complementa Buchert. "Todo o resto pode ser comprado".
O artigo acima está protegido por direitos de autor. Todos os direitos sobre o artigo são propriedade da Carl Hanser Verlag GmbH & Co. KG.
O titular da licença recebe o direito simples e intransferível de distribuir o artigo como meio digital nos seus próprios sítios Web, via e-mail e em suportes de dados. Não é permitida a modificação, assim como a transmissão do artigo a terceiros fora dos limites restritos dos direitos de autor.